MASP - Uma Visão Estrutural



O Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand, ou simplesmente MASP, é reconhecido internacionalmente pela sua nobreza arquitetônica. Projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, é tido como uma das mais notáveis obras da arquitetura nacional.

Imagem do Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP

Uma das concepções de projeto, quando ainda era considerada cidade
 litorânea de São Vicente para implementação do museu.


Porém, pouco se fala de sua importância para a Engenharia Estrutural Brasileira. Projetado por José Carlos de Figueiredo Ferraz, acadêmico que ocupou a cadeira de estruturas nas principais instituições de ensino do Brasil: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie.

Imagem durante a época de construção, vista da Avenida Paulista

Figueiredo Ferraz foi um dos precursores da protensão no Brasil. Ele utilizou técnicas pioneiras nessa obra como, por exemplo, a injeção de óleo no aparelho de apoio de Neoprene para reduzir o atrito durante o processo de protensão.

Detalhe do aparelho de apoio de Neoprene e Óleo injetado
 entre as vigas inferiores dos pórticos e os consoles

O modelo estrutural é formado por dois pórticos compostos por quatro pilares parcialmente vazados, apoiados em sapatas excêntricas e quatro vigas vazadas em toda sua extensão. Estas últimas, por sua vez, apoiam três lajes, todas elas nervuradas, porém, cada uma com sua peculiaridade.
Imagem da época de construção, vista da avenida 9 de julho

A laje superior é envolta por vigas esbeltas e possui nervuras verticais e no formato "V" ou lajes calha. As nervuras verticais possuem elementos de ligação monolítico que transpassam as vigas de cobertura dos pórticos, essas últimas facilmente reconhecidas pela sua coloração vermelha da arquitetura acabada.
Corte longitudinal que nos dá uma perspectiva geral do esquema estrutural

Já a laje intermediária possui nervuras simples e se apoia monoliticamente às duas vigas principais dos dois pórtico que, por sua vez, se apoiam nos quatro consoles dos pilares, por meio dos aparelhos de apoio de Neoprene e óleo, já descritos.


A laje inferior, com sistema de nervuras executado pelo método "caixão perdido", possui uma das peculiaridades mais interessantes deste empreendimento: tem transmissão indireta indireta de esforços por meio de cabos suspensos nas vigas principais.

Detalhe dos tirantes que suspendem a laje inferior ligados a viga principal

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